Tuesday, December 12, 2006


“... o homem que está lá dentro vira a cabeça para eles, a um lado, a outro, vê-se qualquer coisa, pelos movimentos da boca percebe-se que repete uma palavra não, duas, assim é realmente, consoante se vai ficar a saber quando alguém, enfim, conseguir abrir a porta, Estou cego.”

É mais ou menos assim que começa o Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago. Podemos ter varias interpretações sobre esse livro. Um delas seria de saber como seria nosso comportamento quando perdemos algo que é muito importante e não percebemos muito a sua importância, só damos valor quando passamos a não ter mais. Por exemplo, quem liga para o gari da sua cidade? Mas já pensou em como seria sua rua se ele fizesse uma greve eterna? Você desceria do seu pedestal e a varreria? E aquele guarda que organiza o trânsito quando o sinal quebra? E o pescador? O peão da fazenda?

Porém a mais importante interpretação é saber como é viver num ambiente de trevas. Ou seja, voltamos ao estágio inicial da vida do homem. Onde não existiam os pronomes meu, minha, e sim nosso, nossa. Voltaríamos a ter a ajuda dos outros para ter comida, segurança, saúde, etc. Mas na verdade não seria ajuda e sim uma convivência harmoniosa (humm...um exemplo de mutualismo). Acho que se levarmos em consideração alguns pontos do tempo passado perceberíamos já estamos começando a viver como antigamente. Por exemplo, o nosso vestuário, nos primórdios usava “roupa” só quando sentíamos frios, depois por circunstâncias divinas passamos a usar roupa sempre, agora, só usamos roupa quando queremos e mesmo quando usamos é como se não tivesse quase nenhuma roupa. E em relação ao sexo. Tem “avanço” melhor do que ele? Primeiramente bastava ter vontade e pimba, depois com os romanos começamos a ter as grandes festas em homenagem aos deuses onde ninguém era de ninguém, todo mundo fazia o que bem entendesse e o que não entendesse passaria a entender ali mesmo. Ai veio as circunstâncias divinas outra vez e passamos a menosprezar o sexo, mas graças a Deus, hoje ele já está começando a se popularizar novamente.

Pois é, dizem que tudo tem uma ordem, até a desordem tem uma ordem. E dizem também que as coisas acontecem em ciclos, até a nossa vida poderíamos dizer que é um ciclo. Vamos colocá-la num relógio: o número 12 seria o início de tudo, o 3 poderíamos representar como Roma, o 6 seria a época “divina”, o 9 (a “imagem” do 3) seria o HOJE e o 12 novamente....o aquecimento global está aí para nos ajuda a chegar no 12.

Agora fique calmo se quando você terminar de ler isso virar para o lado e ver tudo branco, pode ser a sua vez.

“... depois levantou a cabeça para o céu e viu-o todo branco, Chegou a minha vez, pensou. O medo súbito fé-la baixar os olhos. A cidade ainda ali estava.”

R.Mota

Bom eu peço desculpas por demorar tanto para aparecer aki e qd chego venho com pouca coisa a acrescentar, mas axo q vcs entendem...

1 comment:

TuRmA dos QuebradO said...

não, não entendo! tem que vir aqui toda segunda. e foda-se tito& canto [que por sinak, foram os cabras que me passaram no vestiba]

então..quer um exemplo melhor do que o meu?! 10 dias sem a perna esquerda foram péééssimos. nunca pensei que descer a escada em pé pudesse ser tãããão prazerozo.
agora a pergunta eh melhor perder a visão durante a vida ou já nascer sem isto?