Wednesday, July 18, 2007

T i o I o d o k M a n d a L e m b r a n ç a s.
Eis que lá estou eu arrumando meu armário para poder caber mais livros e apostilas da universidade quando de repente me deparo com um livrinho de histórias que eu costumava ler quando criança. O autor era Peter Bichsel, esse suíço aí da foto, e em especial, havia um conto que eu costumava ler várias vezes: O do tio Iodok. Já até sabia de cor, mas lia mesmo assim. Na falta de algo melhor pra escrever - esse blog vai falir hein - resolvi colocar algo simples e besta, sem muitas complicações desse mundo moderno, cruééél, e selvagem. Porque às vezes, literatura infantil é muito melhor que certos textos babacas de faculdade. Mas se você não acha isso, pode dar meia-volta e sair do blog.Porque o blues Hoje é Extra-longo e é sobre o Tio Iodok.
Nada sei a respeito do Tio Iodok, a não ser que ele era tio do meu avô. Não sei como ele era, nem onde morava e em que trabalhava.
Dele só sei o nome: Iodok. Não conheço mais ninguem com esse nome.
Meu avô começava suas hitórias assim: "Quando Tio Iodok ainda era vivo" ou "Quando fiz uma visita a Tio Iodok.." ou "Quando Tio Iodok meu deu de presente uma gaita.." Mas ele nunca falava do Tio Iodok, e sim da visita de Iodok, da gaita de Iodok... E quando alguém lhe perguntava: Mas quem é "Tio Iodok"?!?! - então ele dizia: Um homem sensato.
De qualquer modo, minha avó não conhecia esse tio e meu pai ria quando ouvia o nome dele. E meu avô se zangava quando o povo ria e então minha avó dizia: "sim, sim, Iodok.." e ele se dava por satisfeito. Durante muito tempo acreditei que Tio Iodok tivesse sido guarda florestal porque quando eu falei a meu avô que queria ser um, meu avô disse - Tio Iodok ficaria feliz com isso. E quando quis ser maquinista, ele disse a mesma coisa e também quando não quis ser nada. Meu avô sempre dizia - "Tio Iodok ficaria feliz."
Mas meu avô era um mentiroso.
Eu gostava dele, mas ele se tornou um mentiroso ao longo da vida.
Muitas vezes ele ia ao telefone, tirava o fone do gancho e dizia: - Bom diiia Tio Iodok, como vão as coisas?; Tio Iodok, não; Tio Iodok, sim, claro; Com cer-te-za, Tio Iodok - mas todo mundo sabia que enquanto ele falava, seu dedo apertava o gancho do telefone, e ele ali, finjindo...
Minha avó também sabia, mas mesmo assim gritava: "Desliga esse telefooone, vai ficar caro!" - E meu avô dizia: - Ok, agora preciso desligar Tio. - Desligava e dizia: "Tio Iodok mandou lembranças."
Antes ele sempre dizia: - Não, porque quando Tio Iodok era vivo.. - e agora já dizia: - precisamos fazer uma visita a Tio Iodok. Ou dizia: - Tio Iodok com certeza vem nos visitar. -, e fazia isso batendo nos joelhos, mas aquilo não era muito convincente. Ele percebia, ficava quieto e passava um tempinho sem falar no Tio Iodok.
Respirávamos aliviados.
Mas então a palhaçada recomeçava.
Iodok telefonou .
Iodok sempre disse isso.
Iodok também acha.
Aquele ali tem um chapéu igual ao do Tio Iodok.
Tio Iodok adora passear.
Tio Iodok suporta qualquer frio.
Tio Iodok gosta de animais gosta Tio Iodok vai passear com os animais vai passear Tio Iodok suporta qualquer frio suporta meu Tio Iodok m-e-u-t-i-o-I-o-d-o-k.
Que enjôo!
E quando nós, seus netos, o visitávamos, ele não perguntava: - quanto é 2 x 7? - ou: - Qual é a capital da Islândia? -, mas: -Como se escreve Iodok? Iodok se escreve com I no começo e K no fim, mas o que me irritava eram aqueles dois ós. Ninguém mais aguentava ouvir, O dia inteiro no quarto do meu avô, os ós de Iooodoook. Mas meu avô gostava e dizia:
Tio Iodok rói o mocotó.
Tio Iodok olhou o fundo do poço.
Tio Iodok soprou o fósforo.
Mas logo a coisa ficou tão grave que ele dizia tudo com ós: Too Iodok quor nos vosotor, olo ó om homom sonsoto, omonhõ vomos oncontror nosso too.
E as pessoas tinham cada vez mais medo do meu avô!! E depois ele começou a dizer que não conhecia nenhum "Iodok", que nós havíamos inventado aquilo tudo! Não fazia sentido discutir com ele. Para ele não havia mais nada além de Iodok. Ele chamava o carteiro de Iodok, depois passou a me chamar de Iodok também e depois todo mundo.
Iodok expressava ternura - Meu querido Iodok-, sua raiva: - Maldita Iodok-, e xingamento: -Filho do Iodok!.
Ele não dizia mais: "Estou com fome." dizia: "Estou com Iodok." Depois não dizia mais estou e sim: "Iodok com Iodok." Ele pegava o jornal e começava a ler o caderno "Iodok e Iodok". Ou seja, Acidentes e crimes . E começava a ler em voz alta: - Na Iodok de ontem ocorreu, na rua Iodok, perto do Iodok, um Iodok, que acarretou em duas Iodok's. Um Iodok dirigia Um Iodok em direção ao Iodok. Pouco Iodok depois aconteceu ...
Todos enfiavam os dedos nos ouvidos e pensavam: - Não podemos mais ouvir isso. Não suportamos mais! Meu avô no entanto não parava. e não parou durante toda a sua vida, mas eu ainda gostava dele. E todos aqueles mais velhos do que eu não queriam que ele andasse comigo e eu chorei muito quando ele morreu. Eu disse no seu túmulo que não deveria estar escrito "Frederico Glauser" e sim "Iodok Iodok", pois esse era o desejo do meu avô. Mas não me deram atenção, por mais que eu tivesse chorado...
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Dan

Monday, July 09, 2007

"Por que será que eu vejo tudo de outra maneira?"

Nesse final de semana o cristo redentor foi escolhido uma das sete maravilhas do mundo moderno, parabéns!!! Parabéns também para as outras seis: Grande muralha da China, o Taj Mahal na Índia, a cidade de Pedra na Jordânia, o Coliseu de Roma, as ruínas incas de Machu Picchu no Peru e a antiga cidade maia de Chichen-Itza no México. Que por coincidência, com exceção do Coliseu, todas estão no mundo pobre.

Realmente as escolhas foram muito bem feitas, são sete maravilhas que merecem ser premiadas e contempladas. Mas eu faria algumas mudanças. Escolheria como maravilha do mundo moderno, a Muralha da China, Machu Picchu, o Cristo porque na?! E agora seriam as minhas mudanças e as prediletas....a esfirra do Habbis de carne com um limãozinho e um molhinho de pimenta, o rolhinho chinês com molho agridoce o shoyo, a costelhinha de porco no final do churrasco, AVE MARIA!!!!

E a maior de todas as maravilhas: Scarlett Johansson. Quando ela encosta seu lábio superior com o inferior e faz o movimento de quem está engolindo algo ai aia ia isso me deixa louco!!!! Sem falar no olhar e nas outras coisas a mais. Não entendo porque ela não foi escolhida uma das sete maravilhas do mundo. O título tinha que ser: as setes maravilhas fora Scarlet.
Bom mas o que mais me chamou atenção não foi a sua ausência e sim o fato do vaticano não ter gostando muito da escolha, gostaria ele de ter estado presente com alguma obra da Igreja.

Realmente ela tem varias obras muito bonitas: a Capela Sistina, o próprio Vaticano. Mas para está presente entre as sete maravilhas não. Poxa já que o papa não gostou outro chefe também não deve ter gostado nada da lista, Osama deve estar se remoendo por lá.
São sete obras realmente muito belas, porem beleza é algo relativo. Então vamos escolher as 7 maravilhas para uns, que poderia ser chamadas das 7 “desmaravilhas” para a maioria:
Palmas para as bombinhas que mataram mais de 100 mil no Japão em 1945;
gritos e assobios para a escravidão;
mais aplausos para os aviõezinhos nas torres;
viva as extraordinárias ditaduras;
e agora ela , vindo com força total a cruz que quase dizimou um povo e que deixa muito gente sem pensar direito, não só a igreja, mas todas elas, AS IGREJAS;
não podemos esquecer dele, é tão crucificado o bichinho, mas não fez muito diferente do o que anterior, o holocausto;
e agora como todo sem remelexo e gingado, chegando para conquistar o público, a banda Calipson e companhia limitada.
Estam vendo, não adianta ficar revoltado, todo mundo sabe o que você faz de uma forma ou de outra você será recompensado.


R.Mota








Thursday, July 05, 2007



. Einstein e os 5 macaquinhos .

Desconfio que todo ser humano do planeta já ouviu algum intelectual ou professor de história metido a socialista falar sobre lavagem cerebral. IIIsso mesmo, aquelas lavagens cerebrais a seco que os capitalistas-gananciosos-comedores-de-criancinha fazem na gente desde de que nascemos afim de alcançar seus objetivos mais crueis, e como diria Renato Russo, empurrando os enlatados dos U.S.A, de 9 às 6. Ficarei fora dessas questões que têm a ver com a veeelha e boa elite dominante para discutir algo que, a meu ver é mais complicado e mais dificil de se perceber: Os paradigmas. Porque, dessa lavagem cerebral, nem Karl Marx conseguiu sair.

O que dizer então dos pressupostos que estão presentes 24 hrs nas nossas vidas? Aquelas suposições e certezas que temos, que guiam cada passo nosso, que nos dizem como o mundo funciona, como as pessoas reagirão a isso ou aquilo - e até como você deve reagir em cada situação social etc. - mas que no fundo não possuem uma origem muito clara. De onde vêm isso? Dos nossos pais? É bem possível, mas de onde eles herdaram tudo? Eles inventaram? Einstein fez uma analogia que pode explicar melhor do que eu:

Certo dia, colocou-se 5 macacos numa jaula, com uma escada e um cacho de bananas no topo desta. Os macacos estavam com muita fome e logo o mais apressado subiu a escada para pegar as bananas. Mas o que ele não sabia era que os cientistas tinham decidido aplicar um jato de água forte em qualquer macaco que tentasse subir a escada. Depois de algum tempo, um segundo macaco tenta pegar as bananas e leva o mesmo jato d'água, desistindo das bananas. Após algum tempo, o jato de água era lançado não só contra o macaco que subisse mas também a todos os outros. E isso, com o tempo, fez com que o próprio bando espancasse qualquer macaco atrevido que tentasse pegar a banana, pois seria ruim para todos. A partir dalí, os cientistas não precisavam nem gastar mais água. O bando dava a punição necessária.

Logo, um dos macacos foi substituído por um macaco novato que de ousado foi logo subindo a escada, só para ser espancado e logo desistir da idéia. Depois, um segundo macaco foi substituído e deu lugar a outro macaco novato, que cometeu o mesmo erro do primeiro e também levou a surra (inclusive do novato n°1!). A história foi se repetindo desse jeito até que chegou a vez do 5° macaco ser substituído e dar lugar ao 5° novato. Ele entrou, viu a banana, e subiu a escada. Logo, todos os macacos foram pra cima dele, enche-lo de murros. E foi então que ele perguntou aos seus colegas: "O que acontece com quem pega as bananas?" Os colegas - todos novatos - não sabiam a resposta. "E por que vocês me espancaram, tchurma?". Aí, um deles disse "Não sei. Só sei que por aqui, sempre foi assim."

Vivemos sempre tentando sermos lógicos em tudo. Não queremos parecer idiotas. Mangamos das idéias ultrapassadas de cientistas do século passado, mas ao mesmo tempo, idolatramos as novas descobertas da ciência achando que agora sim conseguimos revelar o mistério de tudo. Para qualquer adolescente hoje, parece uma piada que séculos atrás acreditava-se que o sol girava em torno da terra, que o átomo tinha a forma de uma bola-de-bilhar dura, ou que os espermatozóides continham um humano em miniatura dentro deles. Mas, ouvimos nossos professores falar que o mundo começou com o Big-Bang e dizemos: "Uaaauuu, isso é tão mais excitante do que Adão & Eva!" Calma calma, não achem que eu sou criacionista, pelo amor de Deus! Mas o ponto é: O big bang e outras coisas do tipo são muito legais e modernas, mas quem dá a garantia de que tudo não passa de motivo de piada para as gerações futuras? Nas proximas gerações, nossos netos vão estar rindo da nossa cara, por termos achado que o mundo era isso ou aquilo. Pois toda e qualquer geração está baseada em determinados pressupostos que são tomados como as verdades mais absolutas do universo - e não tem nada que explique melhor as coisas. Tais verdades são a garantia de que seu raciocínio vai começar certo e terminar certo. Mas, e se essas pressuposições estiverem erradas? A terra já foi plana um dia, não foi? Eu também me lembro que antes haviam apenas 4 elementos que constituiam a matéria (ar, água, terra e fogo). Como vemos, muitas de nossas certezas que temos hoje, não serão verdade dentro de poucas décadas, mas continuamos fiéis a elas, sem nos dar conta de que se a história não vai parar na nossa geração. E isso, chamamos de Paradigmas.

Dan.