Sunday, September 16, 2007

Prefácio de um Romance



Aceito, vamos.

No caminho para o elevador e na subida para o nono andar, com uma pausa no terceiro sem entrada nem saída de ninguém, nada de interessante eles conversaram, foi apenas aquele papo de quem não se conhece muito bem. Traçaram duas, três ou quatro informações sobre o tempo, sobre o próprio prédio e até a cidade. Talvez o mais interessante fosse o que ela estava pensando. Pensava ainda nas morte das formigas. Não conseguia entender o motivo dele ter as matado. Ela não tinha entendido a resposta dele, talvez nem ele mesmo soubesse o porque do assassinato. Ela queria prolongar o assunto, mas preferiu deixar de lado. Melhor. Com certeza ela não iria gostar da outra explicação que ele daria:
“E daí. Era apenas formigas. E quem serem formigas?ainda mais pequenas?se fossem outro animal mais robusto talvez não me atreveria a matá-los. Eram puramente formigas.”

Ao entrar no apartamento ficou admirada com a decoração, a iluminação, tudo encaixadinho direitinho na medida exata. Ela fez um comentário ele o comentou “é como a rua de Moscou, largura, comprimento, altura dos prédios, tudo proporcional”. Ela riu como se tivesse entendido, mas os olhos não enganam, ele a olhou e riu, tinha certeza q ela não tinha entendido nada.

Enquanto ele preparava algo na cozinha ela procurava umas músicas comum a ela. Para sua sorte ou seu azar – no futuro poderemos dizer que foi sorte – ela não encontrou nada comum aos seus ouvidos, apenas algo que já ouvira falar então resolveu escutar. Ao som de algo totalmente novo ela mergulhara num oceano de filmes que nunca vira, filmes premiados em festivais nunca antes vistos. Então ela se deu conta que estava num formigueiro nunca antes entrado, nem mesmo espiado. Ficou encantada, assustada, admirada, curiosa, não sei bem. Mas tenho certeza que ficou balançada.

Ele chegou com uns tira-gostos, uma bebidinha, encostou seu braço apontando para um filme ele no embalo da música encostou-se mais como se o tivesse chamado pra dançar. Ele olhou meio desconfiado, ela meio dissimulada, sentaram no sofá, ele tomou um gole ela outro olharam-se novamente e ele como se pegasse uma criança, agora com mais força, colocou sua mão na nuca dela e puxou seu rosto em sua direção.

Começou beijando sua boca depois veio o pescoço, mordidas leves nas orelhas enquanto sua mão que estava na nuca já estacionava nas costas e a outra por sua vez nas pernas em direção a calcinha quando ela hesitou, mais por força do hábito, e ele “porque não” então ela, mais uma por força do hábito, não o incomodou. Graças a facilidade do vestuário atual ele conseguiu tirar primeiro aquela peça que seria a última. Na seqüência veio a camisa, o sutiã. Ele então resolveu descer seu rosto passou pelos seios beijando-os acariciando aqueles volumes de carnes tão macios e duros com o detalhe rosinha e durinhos com uma ponta de uma pedra. Mas ele não parou de descer, sempre beijando. Desceu até a barriguinha, gordinha magrinha, ideal. Enquanto os olhos dela se reviravam e seus lábios cada vez mais marcado com seus dentes, suas mãos nas costas dele deixava sua marca com as unhas. Então ele chegou ao paraíso. Ela parece não saber o que fazer fica atordoada, mas como toda fêmea, toma a decisão. Puxa aquilo que todo macho tem. E brinca como se fosse uma criança com o brinquedo que mais gosta.

Dois seres humanos, nem que seja por um breve e prazeroso momento, passa a ser um só humano. Um dentro do outro. Outro em cima do outro. Um sendo outro o outro sendo o um. Ambos chegam ao clímax. A graças a colaboração de ambos chegam ao clímax no mesmo instante.

O menino satisfeito a menina quer mais. Espera-se um tempo. Porque não serem um só mais uma vez?

A conversa posterior ao mais perfeito e mais intrigante espaço de tempo dedicado ao “amor” que a bela garota já tinha passado não passa também de coisas breves e sem interesse nenhum. Eram apenas conversas. Mas temos certeza que no futuro essas conversas vão ser bem mais interessantes, perfeitas e mais intrigantes do que muitos espaços de tempos dedicados ao “amor”.
R. Mota

2 comments:

TuRmA dos QuebradO said...

Peços desculpas pela demora e pela enchenção de saco mas acabei hj de postar meu primeiro "conto" que o entitulei de Prefácio de um Romance.

R. Mota

Anonymous said...

Genial!
Muito,muito bom...Fantastico!
No inicio passou uma critica sarcastica a sociedade,no final passou a ser um critica nostalgica e aspera da humanidade.

Repito-Esse vale a pena ter um curta!